Notícias beOn Claro | 2024 - Blockchain e Web 3.0: o futuro da internet sob controle dos usuários

Vivemos em uma sociedade cada vez mais dependente de recursos digitais.

Comprar, se comunicar e até pedir alimentos são exemplos de ações que passaram a ocorrer majoritariamente no mundo online. Para muitos, a internet é tão essencial quanto água e energia. No entanto, o controle sobre os dados e as regras de uso ainda está nas mãos de grandes corporações. Empresas centralizam informações e definem quem pode ou não fazer parte do mundo digital. Imagine se uma rede social alterasse seus preços, inviabilizando suas vendas online. Ou se, por questões financeiras, você fosse impedido de acessar o marketplace que mais utiliza? Esse cenário mostra a importância de uma internet descentralizada.

 

A Web 3.0 surge como resposta a isso, oferecendo internet mais segura e com os usuários como protagonistas nas tomadas de decisão. Graças à tecnologia blockchain, o usuário recupera o controle sobre suas informações. A blockchain funciona como um livro-razão compartilhado e imutável, validado por uma rede de computadores. O que torna as transações mais seguras e confiáveis. Esse mecanismo cria um sistema mais resiliente a fraudes, porque tem múltiplas validações. Se uma transação for perdida ou alterada em um computador, todos os demais mantém a informação correta.

 

Com a Web 3.0, novas oportunidades sociais e de negócios emergem, como o uso de criptomoedas, iniciativas DAO (Decentralized Autonomous Organization) e contratos inteligentes. A tecnologia permite que o controle dos dados esteja nas mãos dos usuários, sem intermediários. Nesse contexto, as telecomunicações desempenham um papel fundamental, conectando essa grande rede autônoma.

 

O impacto da Web 3.0 pode ser observado em pilares como ESG: no aspecto ambiental, é possível rastrear a produção de carne por meio da blockchain. No social, os usuários têm maior privacidade e controle. Na governança, a tecnologia oferece transparência e confiança em dados auditáveis e descentralizados.

 

Por exemplo, um serviço financeiro P2P utilizando a WEB 3.0 permite que uma pessoa com uma casa como garantia acesse uma plataforma financeira, crie um contrato inteligente e solicite o valor necessário, colocando o token da sua casa como garantia. Se os pagamentos não forem realizados, o token passa automaticamente para quem emprestou o dinheiro.

 

Se forem cumpridos, o contrato é encerrado automaticamente. Todos os pagamentos são registrados na blockchain, proporcionando mais segurança e transparência. A ausência de bancos reduz as taxas de juros para o tomador e agiliza o processo, garantindo mais confiança para quem empresta.

 

Eduardo Marchesini
Consultor de Inovação no beOn – Claro/Embratel