No ecossistema de inovação, o flipchart ainda tem sua utilidade

No ecossistema de inovação, o flipchart ainda tem sua utilidade

Recentemente, fiz um ano de Claro. Ao longo desse período, tive a
oportunidade de aprender e crescer profissionalmente, enfrentando desafios e superando obstáculos. Lembro do primeiro dia de trabalho, quando fui conhecer as instalações da Claro. Confesso que estava muito ansioso, afinal iria trabalhar no beOn, hub de inovação da Claro e Embratel, empresas que fazem parte do Grupo América Móvel, presente em mais de 25 países.
 
Como seria o hub de inovação de uma das maiores empresas de telecomunicações do mundo? Imaginei encontrar na recepção, um robô com inteligência artificial avançada que me chamaria pelo meu apelido de infância, como se já me conhecesse há muito tempo. Antes de me servir um café com as exatas três gotas de adoçante de minha preferência, o robô enviaria para o meu smartphone toda a agenda da semana via conexão 5G.
 
Imaginei um espaço supermoderno, colorido, iluminação com detalhes em neon, reuniões com pessoas de todos os cantos do planeta projetadas em hologramas de alta definição, paredes interativas exibindo informações em tempo real, gente com metade da minha idade circulando de patinete elétrico pelos corredores.
 
Sabe o que encontrei? Uma sala retangular convencional em tons neutros, piso revestido de carpete, mesas e cadeiras formando um grande “U”. Bandeja com uma garrafa de café e uma dúzia de copos com água. No mais, só um discreto cavalete flipchart encostado em um canto da parede.
 
Na mesma hora fui tomado pelo pensamento que Steve Blank, professor e empreendedor do Vale do Silício, classificou como “Teatro da Inovação”.
O conceito se refere a ações, geralmente superficiais, que acabam desviando o foco e os recursos de projetos capazes de mudar a realidade da companhia.
 
Inovação se tornou uma palavra “sexy” que toda empresa quer usar. Parte delas utiliza artifícios como arquitetura moderna, ambientes coloridos cheios de brinquedos para gente grande. Nada de errado com isso. O problema é quando o foco se perde diante do glamour do palco. Temos então um combo formado por estratégias sem clareza, métricas sem objetivo, ações sem direcionamento, processos sem eficiência e projetos sem viabilidade. Tudo isso embalado em um belo pacote que não se traduz em resultados para a empresa.
 
No beOn não há excessos, apenas o essencial para estimular a mente inovadora. É como se a ausência de distrações físicas permitisse que as ideias fluíssem livremente sem amarras ou limitações. Um lugar onde a simplicidade e a criatividade se encontram. Em uma folha de papel em branco, desenvolvemos todo o nosso planejamento, direcionados por objetivos claros e bem definidos, dentro de um senso de direção e propósito com foco no cliente. 
 
Ao identificar as prioridades fica evidente qual é a nossa missão e compromisso. Sabemos onde estamos e onde vamos chegar. Diante de um simples cavalete flipchart, recebi uma das mais preciosas aulas do que é inovação. Algo que nunca poderia imaginar. 
 
 
Alex Granjeiro
Especialista em Inovação do beOn Claro