Claro, Embratel, Nestlé e Ericsson juntas para o avanço da indústria 4.0 por meio da tecnologia 5G
Claro, Embratel, Nestlé e Ericsson juntas para o avanço da indústria 4.0 por meio da tecnologia 5G
A Nestlé acaba de ativar uma rede privativa 5G na sua planta industrial de Caçapava (SP), na região de São José dos Campos.
No caso da Nestlé, esta é a sua primeira unidade no mundo inteiro a receber uma rede privativa 5G. A multinacional suíça tem fábricas em 79 países e escolheu o polo de Caçapava - onde produz seus chocolates e cereais - porque ali já funciona o centro de pesquisa de soluções tecnológicas. Quando a inovação dá certo, é exportada para outras fábricas do continente.
A rede contou com suporte da Ericsson e da Embratel, e a faixa utilizada foi a de 3,5 Ghz, onde há o melhor tráfego para o sinal. A velocidade média de navegação chegou a 700 megabytes por segundo, enquanto a latência (tempo de resposta entre os equipamentos) foi de apenas 8 milissegundos - mais rápido que um piscar de olhos, que dura 50 milissegundos.
A rede também permitiu a conexão de vários dispositivos ao mesmo tempo. Isso tudo vai ajudar a desenvolver a inteligência artificial, internet das coisas, realidade aumentada, armazenamento de dados na nuvem, entre outras funcionalidades Em suma, a fábrica vai evoluir do padrão automatizado para autônomo.
"É como se a fábrica agora pudesse pensar sozinha", compara o presidente da Nestlé no Brasil, Marcelo Melchior, em entrevista ao Broadcast.
Por exemplo: a estação poderia identificar um estoque baixo de cacau e dar a ordem, independente, para iniciar o reabastecimento, prevê. "Ela não está pensando, claro, está seguindo uma programação, uma diretriz. Mas isso tudo pode evoluir. É até bem preocupante não decidirmos sozinhos mais o nível de produção", brinca o executivo.
"O 5G abre uma possibilidade enorme de inovação. E olha que ainda não sabemos tudo que podemos fazer", complementa Melchior, acrescentando que é preciso ter coragem de tomar algum risco nas primeiras iniciativas de transformação digital. Nesta largada, a rede 5G foi ligada em uma linha que produz 2 milhões de kit kats por dia para abastecer o Brasil e a América Latina. As primeiras aplicações ajudarão a aumentar a produção e reduzir os custos.
A internet rápida e a latência baixa foram empregadas no carro-robô da Nestlé, que leva o wafer até o chocolate para criar o kit kat. Ele tem uma antena que responde aos comandos da central.
Como o tempo de resposta agora é instantâneo, esse carro-robô pode circular mais rápido (porque também pode brecar mais rápido se alguém cruzar seu caminho).
A nova rede também está sendo empregada nos óculos de realidade aumentada com imagens fiéis da planta que ajudam a treinar funcionários sem parar a linha de produção. Os óculos também servem para manutenção remota. Ou seja: um técnico especializado de outro país pode dar uma olhadinha no problema da linha sem ter que pegar avião para essa tarefa.
A riqueza de detalhes permite até calcular o ritmo de desgaste futuro dos componentes e trocá-los antes de uma eventual pane. Mais uma vantagem: a rede 5G tem sensores sem fio, ligados a equipamentos sem cabo e menores, deixando mais espaços livres no edifício.
"Vamos ter mais flexibilidade de layout. Uma área que foi montada para produzir o chocolate A no dia seguinte poderia ser reorganizada para produzir o chocolate B", conta Gustavo Moura, gerente do Programa de Transformação Digital para Operações da Nestlé. Isso é importante porque dá mais liberdade para criação de novos produtos, explica Moura.
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